Hoje fui às compras. Comprei um exercício de matemática em forma de faxina. O enunciado diz assim:
os escritos
os guardados
os não-ditos e os não-feitos.
Tirar o máximo divisor comum
de todas as histórias
cruzar as referências,
descobrir por cartas e fotos
de quem chegamos, ou não, a conhecer
(o que, muitas vezes, dá no mesmo...)
como a vida lhes parecia,
ou como queriam que lhes parecesse.
Tirar o mínimo múltiplo comum
de todas as virtudes
e de todos os defeitos que herdamos
(por escolha ou por destino, quem sabe?)
e aprender que tudo isso mais se mescla que se isola.
Fatorar todas as gavetas até descobrir o resto da divisão:
essa coisa de descarregar quase tudo
na leitura, na escrita, na fotografia
também é herança de família.
O resultado dessa conta é sempre o tempo
não o tempo que ganhamos ou perdemos
mas como o aproveitamos.
p.s. Poema de Laurindo Rebello que meu avô copiou em seu caderno. Abril de 1921.
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