segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ciranda


Hoje fui às compras. Comprei uma ciranda. A gente girava e cantava de mãos dadas, dançando e brincando, parados no mesmo lugar (ou prestes a voltar a ele). Talvez a história se desenrole como uma ciranda, forma coreografada de pulsão e des-empenho. E a gente cantava assim:

Como pode um barco-vivo viver atarracado no porto?
Achando que sabe tudo o que haveria na deriva?
Achando que navegar não é precioso,
E que a vida não virará se estiver ancorada?
A vida vira, é revirada, é revirável.
Como poderíamos estar sempre nos tornando, Pessoa, sempre nos revirando;
Como poderíamos viver
Sem a tua poesia?

p.s. A foto é de dançarinos de rua fazendo ótimo uso da largura do passeio em um sábado à noite. Revirando-se, afinal, pois "sábado à noite tudo pode mudar". A música que eles tocavam não é a que eu fui ouvir, esta, imperdível: https://soundcloud.com/deriva-kristoff-silva

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